A diretoria da Abracy é formada por 15 diretores regionais, que mudam a cada biênio. Fernando Hunka, dealer da Motovia, concessionária Yamaha de Recife, em Pernambuco, é o atual vice-presidente e o mais longevo diretor da entidade, tendo participado da diretoria desde 2012.
Nesta entrevista especial, Fernando compara o que mudou no universo de duas rodas desde que atua na linha de frente da Abracy, fala de mercado, do avanço das motocicletas e de como a Rede Yamaha soube enfrentar a pandemia do Coronavírus.
REVISTA YAMAHA EM REDE – Você é dos mais ativos diretores da Abracy e o que mais tempo tem se dedicado a associação. De quantas gestões você já participou?
FERNANDO HUNKA – Participo da associação desde a gestão de 2012; portanto, esta é a minha quinta gestão de trabalho.
A Abracy se desenvolveu muito durante esse período?
Sem dúvida nenhuma, nossa associação se desenvolveu muito e ganhou ainda mais relevância no trato com a Yamaha, pois ao longo desses anos fomos unindo forças para valorizar o nosso negócio de duas rodas.
Fernando, analise o portfólio da Yamaha durante esse tempo?
Acho que grandes investimentos foram feitos no mix da Yamaha e foram extremamente importantes. Feitos inclusive na hora certa, o que deu a nossa marca um mix de produtos moderno, competitivo e que agradou bastante ao usuário de motocicletas. Principalmente porque a Yamaha inovou em vários modelos que foram lançados ao longo desses anos.
Fale das maiores e mais importantes conquistas da Abracy?
Poderia citar algumas, mas acho que o maior legado da nossa Associação foi a ampliação do diálogo com a Yamaha e a demonstração de que estamos sempre lutando pela valorização do negócio Yamaha. Isso, sem dúvidas, é um benefício para todos os envolvidos, e que proporciona possibilidade de ganhar sempre.
Faça uma comparação do mercado de motocicletas durante as suas gestões?
Tivemos momentos de muita dificuldade em muitas gestões, motivados por crises econômicas internacionais, falta de crédito, dificuldade com produtos, cada um a sua época e que fizeram a nossa Rede sofrer bastante. A última foi 2013, quando o mercado veio abaixo com queda de 70% das vendas em várias praças do Brasil.
Como era e como é hoje a relação da Abracy com a Yamaha?
Acho que no passado, nossa Associação era vista com um sindicato, que tinha espírito de luta, mas esquecia de valorizar o diálogo. E, principalmente, construir uma relação a quatro mãos, buscando positividade nas ações para que ambos saíssem ganhando. Hoje, temos uma relação de bastante abertura com a direção da Yamaha e avançamos muito.
E como foi superar as piores crises de vendas?
Na maioria dos casos, tivemos sempre que gerir custos, que é o que fazemos quando o mercado retrai, muitas vezes diminuir o tamanho do negócio, estando atento para voltar a investir no momento adequado.
Qual foi a maior sacada comercial da Rede Yamaha durante a crise provocada pelo Coronavírus?
A nossa capacidade de adaptação ao novo normal e a velocidade em que fizemos isso foi o que nos permitiu superar momento de grandes dificuldades, enfrentados não só por nós, mas por vários segmentos de negócio.
É possível afirmar que a Yamaha saíra mais forte desta pandemia?
Não tenho a menor dúvida disso. Em função da limitação de produção dos nossos concorrentes, tivemos a oportunidade de fazer o consumidor experimentar o produto Yamaha, em uma velocidade muito maior. E como esperávamos, eles gostaram. E isso resultou em uma forte migração para a nossa marca, trazendo crescimento de mercado superior aos concorrentes. Isso só foi possível, graças ao empenho da Yamaha, que nos deu condições de realizar este trabalho, embora também tenhamos sofrido com escassez de motos, já que o mercado veio forte com o aumento do delivery e outras atividades.
Pode-se esperar uma grande retomada?
O mercado deve continuar aquecido, pois ainda temos uma demanda a ser atendida, e o cenário brasileiro é bastante favorável a motocicleta: veículos de custo mais barato que o carro, de baixa manutenção, muito econômico, com maior facilidade de deslocamento e fácil de estacionar nos grandes centros urbanos.
Além disso, temos a forte ampliação dos serviços de delivery, que ainda vai continuar se expandindo, embora a economia venha com medidas de freio ao consumo, tais como: aumento da taxa juros para conter a inflação e estimular a poupança. Tudo isso vai aumentar o custo do dinheiro para se tomar crédito.
Qual motocicleta faz mais sucesso entre os consumidores?
Temos vários modelos que agradam muito os consumidores, a exemplo da Fazer 250 e da Lander. Mas, sem dúvida alguma, a Crosser foi o modelo que nos deu volume e visibilidade perante o mercado e aos nossos concorrentes.
Qual a sua motocicleta preferida?
As scooters são as minha preferidas, pela comodidade e praticidade que elas proporcionam. Fico muito dividido entre a NMax e a XMax.
Como empresário e vice-presidente da Abracy, você tem uma vida corrida. O que você gosta de fazer nas horas livres?
Minha paixão e de toda a minha família, inclusive os netos, são os cavalos. Crio alguns deles e sempre que posso quero estar perto. É uma relação de confiança e sinceridade que desenvolvemos com eles, além de ser um animal muito bonito.